O irmão do adolescente que morreu vítima da “doença do tatu” já teve alta hospitalar e é monitorado de sua residência na cidade de Simões ( a 440 km de Teresina).
No último
sábado (20), um adolescente de 16 anos morreu em Simões vítima de
uma infecção provocada pelo fungo coccidioides, popularmente conhecida
como “doença do tatu”.
“Em
Teresina, o jovem passou por vários especialistas, realizou tomografia e está
fazendo o tratamento, sendo medicado e em 15 dias voltará a fazer novos exames.
Ele está em casa, medicado e passa bem”, disse o prefeito de Simões José Wilson
de Carvalho, Zé Wlisses.
A morte do
jovem ocorreu no sábado (20/08). Ele ficou internado por oito dias na UTI do
hospital de Picos, chegou a ser entubado, mas não resistiu e morreu.
Quatro
amigos – sendo dois irmãos – faziam uma caçada quando tiveram contato com o
fungo. Um dos amigos não foi infectado porque estava usando um protetor
facial.
“O paciente
(jovem que morreu) procurou atendimento após apresentar perda de peso,
febre alta, dor torácica, dispneia e tosse”, informou em nota o Hospital
Justino Luz. Sobre o boletim do jovem internado, o hospital disse ainda que ele
apresenta dispneia (dificuldade de respirar) por isso está em uma sala de
cuidados críticos.
A Secretaria
de Saúde de Simões informou que os pacientes tiveram contato com tocas
(buracos) de tatus há cerca de um mês durante uma caçada, e em seguida
apresentaram os sintomas.
“Há uma
cultura de caçar tatu e alguns vendem as carnes. O local onde teriam
contaminado pelo fungo é em uma área de uma serra na região”, disse o Zé
Wlisses.
De acordo com
o Código Penal Brasileiro, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes
da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória sem a devida permissão,
licença ou autorização é considerado crime ambiental.
O prefeito
informou que a prefeitura está distribuindo folder esclarecendo a população,
dando palestra para evitar a caça e a proliferação da doença.
O
médico infectologista José Noronha, diretor do Instituto de Doenças Tropicais
Natan Portella, informou que a coccidioidomicose é uma micose
sistêmica e endêmica em algumas regiões.
“O fungo
fica na toca, abrigo do tatu, e com a caça ilegal acaba inalando os esporos,
liberando pelo ar e geralmente ocorre a infecção. O ideal é não fazer caça do
tatu até porque é ilegal”, disse o médico que também é membro do COE (Comitê de
Operações Emergenciais de combate a Covid) no Piauí.
De acordo
com o Ministério, com a “doença do tatu” a pessoa pode apresentar lesões
na pele, tosse, febre, falta de ar, linfonodomegalia (ínguas), comprometimento
pulmonar e emagrecimento.
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