Denúncia do suposto sequestro só foi feita quase
dois meses após o fato. Pai e mãe dizem que criança foi levada por dois homens
encapuzados no dia 29 de dezembro de 2021, no Centro da capital.
O
delegado Matheus Zanatta, gerente de polícia especializada, da Polícia Civil do
Piauí, informou que a principal hipótese para o sumiço do bebê Wesley Carvalho
Ferreira, de um ano e dez meses, é de homicídio com ocultação de
cadáver. Ele disse que o que chamou atenção dos policiais foi o fato
de o caso ser denunciado quase dois meses após o fato.
"Foi
registrado em fevereiro o boletim de ocorrência, pela tia da criança,
dizendo que tinha sido sequestrada em 29 de dezembro de 2021. O fato chamou
muita atenção porque os pais nunca registraram, só em fevereiro, pela
tia", disse.
Diante
das provas colhidas e dos depoimentos, o delegado disse que a suspeita é de que
a criança tenha sido assassinada e o corpo foi escondido. Ele não indicou se os
pais seriam os principais suspeitos do possível crime.
"Podemos
representar por medidas cautelares que talvez sejam necessárias para fechamento
do inquérito policial e não tenho duvidas de que a policia vai dar resultado a
esse caso. O BO foi feito como sequestro, mas trabalhamos com outras hipóteses,
como homicídio com ocultação de cadáver", declarou Zanatta.
Questionado, o delegado
não detalhou quais seriam as medidas cautelares. Ele disse ainda que, diante
disso, perícias foram feitas no local onde os pais moravam antes do
desaparecimento da criança, em uma localidade do município de Altos, a cerca de
40 km de Teresina.
Caso
sob investigação
A Delegacia de Proteção
à Criança e ao Adolescente (DPCA) está responsável pelo caso. Segundo a mãe do
menino, ele foi sequestrado no Centro de Teresina em 29 de
dezembro de 2021. A denúncia foi realizada na última quarta-feira (9).
“Nós
vimos dois bandidos vindo em direção a nós. E foi (sic) logo dizendo ‘passa a
criança’, aí nós ficamos sem reação. Olhamos pro lado e pro outro sem falar
nada, eles ameaçaram ‘se fazer algum pio, nós mata (sic) vocês três’".
“As pessoas que estavam
andando viram, pararam pra ver. Mas não fizeram nada também, não tinham atitude
pra fazer alguma coisa", contou a mãe.
Segundo
a mulher, o casal não denunciou o crime com rapidez porque estavam sendo
ameaçado pelos criminosos. A dona de casa também não compartilhou a
história com familiares, pois estaria com medo da reação.
“Se eu falar pra ela [irmã], ela vai me
botar na cadeia. Se eu falar essa notícia, ela vai ligar pra polícia vir aqui
pegar todo mundo”, disse a mãe de Wesley.
Família
questionou demora para denunciar
A tia da criança, a atendente Maria do Socorro Costa, não entende a demora da irmã e do cunhado em denunciar o desaparecimento do filho. A mulher conta que por meses não esteve em contato com o casal e só soube da notícia quando foi à casa em que eles moravam. Quando chegou, eles não residiam mais no local.
“[Eu disse] ‘Fez o boletim de ocorrência?’, [ela respondeu] ‘não’, aí eu me desesperei, ‘por que vocês (sic) não me avisou? No mesmo dia tinha que avisar, são dois meses’. Aí eu nem pensei, só peguei ela, os documentos dela, levei a sogra dela junto e fomos pra delegacia do Centro, como foi lá”.
“Quando cheguei, fui
orientada pelo escrivão, ‘tem que ser na delegacia da criança e do
adolescente’. Nós prestamos o B.O. Como faz muito tempo, ele falou que vai
pegar esclarecimento com o marido dela, mais informações. Como ela tava
nervosa, tem alguns fatos que ela não se lembra, pra poder fazer as
investigações”, completou.
Fonte: G1 PI
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