quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Vídeo mostra detento consumindo crack dentro da Penitenciária Mista de Parnaíba

Um vídeo feito dentro da Penitenciária Mista de Parnaíba, no litoral do Piauí, mostra um detento identificado como Rafael Messias consumindo crack. De acordo com agentes penitenciários, as imagens foram feitas no momento do banho de sol no interior de uma cela coletiva que abriga 20 presos.
As imagens mostram que de maneira instantânea, o detento começa a sentir os efeitos da droga. Os outros presos se divertem com a situação. O MeioNorte.com levou o vídeo para agente penitenciário André Seixas, que se surpreendeu ao ver as cenas e confirmou que as imagens foram feitas dentro da unidade prisional parnaibana.
“Analisando as imagens, a gente pôde perceber que realmente se trata de um vídeo dentro do presídio. Já identificamos o detento e se encontra recolhido na coletiva um. É de espantar pelo fato da imagem ter sido produzida. Mas não é se surpreender a questão da droga ou do celular dentro da unidade. É notório que existem fragilidades dentro do sistema, principalmente em Parnaíba”, disse o agente penitenciário André Seixas.
Ainda de acordo com o agente penitenciário, uma das grandes dificuldades enfrentadas na Penitenciária Mista de Parnaíba são as vistorias, que segundo ele, não conseguem evitar a entrada de drogas e celulares. Durante a manhã desta quarta-feira (19/08), por exemplo, dezenas de familiares se aglomeraram em frente do presídio para visitar algum parente preso.
“Em alguns momentos como este da visita, a fragilidade é notória. Infelizmente a estrutura do presídio ainda não conta com máquinas de raio-X ou qualquer outro mecanismo que possa estar detectando este tipo de material. Observamos que esses materiais não entram na mão, nem dentro de vasilhas de alimentação. Em quase que todos os casos, as mulheres são utilizadas para esconder o produto em suas partes íntimas”, ponderou André Seixas.
A nossa equipe de reportagem conversou com o diretor da unidade prisional, delegado Eduardo Ferreira. Ele afirmou que medidas deverão ser tomadas. “Será aberto um processo disciplinar para localizar quem estava com o celular e quem utilizou a droga. Além de ilícita, a utilização do crack é uma questão de indisciplina. Iremos tomar todas as providências dentro da lei”, disse.
A última reforma feita na Penitenciária Mista de Parnaíba foi no ano de 1999. Construído inicialmente para ser um mercado público municipal, o prédio foi adaptado e transformado em penitenciária. Com capacidade para pouco mais de 150 internos, o presídio acaba abrigando um total de 426 detentos. Sobre esta problemática, o diretor Eduardo Ferreira enfatizou que o sistema prisional em todo o Brasil está falido.
“Gravação de vídeos e utilização de drogas em penitenciárias no Brasil é quase comum. Agora, nós temos que entender que o sistema prisional em nosso país está falido. Em Parnaíba temos uma penitenciária fragilizada. Temos aqui homens e mulheres. Dos quase 430 presos, somente 130 são sentenciados, e o restante são provisórios. Então, temos aí várias situações mistas que complicam os trabalhos”, explicou o diretor.



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Por Kairo Amaral

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